quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Battletoads, o exterminador de controles


Segundo Freud, a raiva é um dos sentimentos mais sinceros que uma pessoa pode expressar, pois é uma reação natural às adversidades externas detestáveis de grandes perdas imediatas ou de pequenas perdas consecutivas que se somam, quais de outra forma não poderiam fazer uma pessoa reconhecer de seu fracasso contínuo, e querer com isso consumir sua vida a tentar fazer o impossível de maneira improdutiva para sempre (por favor, não use isso em sua redação de psicologia, pois acabei de inventar). Na linguagem dos jogos de videogame existe um nome para esse sentimento, e se chama Rage Games.

Rage games são jogos desenvolvidos para levar a fortuna aos fabricantes de controles de videogames, e ao pedreiro que reforma a parede de sua casa, pois são games que induzem o significado das palavras frustração e raiva aos seus limites. Pode crer que muito controle magicamente voará de seus dedos calejados até a parede mais próxima, e na cara do coitado que tiver a má sorte de te atrapalhar em um momento decisivo daquele trecho maldito que você arduamente se dedicou as duas últimas horas tentando passar, enquanto estiver jogando um Rage game.

Portanto pegue aquele seu controle de aço de edição limitada e um suco de maracujá para se acalmar de seu trauma de infância, pois vamos falar de Battletoads.

Battletoads é uma franquia de jogos lançado inicialmente em 1991 pela Rare surgido de um conceito de jogabilidade estilo beat'em up, contando com 3 sapos antropomórficos sendo seus protagonistas, feito na tentativa de rivalizar com as Tartarugas Ninja. Battletoads para NES foi logo reconhecido pela comunidades de jogadores como um dos jogos mais difíceis de sua época.


A estória do jogo é bem genérica, se tratando de derrotar um vilão, ou nesse caso uma vilã, a perversa Dark Queen que raptou dois companheiros. No primeiro jogo para NES existe a possibilidade para jogar com ambos Rash, que o sapo mais esperto do trio, além de extrovertido amante de um show-off e piadinhas, sempre usando um óculos escuro e joelheiras no mais puro estilo skatista dos anos de 1990, além de Zitz, que é o líder do grupo, sendo um lutador mais tático e econômico em seus movimentos de modo a "preservar" sua energia em combate.

No jogo lançado para Super Nintendo, é possível então jogar com o terceiro membro do time, Pimple, qual no jogo prévio havia sido resgatado, que é um típico musculoso bobão que prefere meter a porrada invés de jogar conversa fora. Houve também versões do jogo para o Mega Drive (mas essas não contam porque eram fáceis comparado as versões lançadas para a Nintendo).


Apesar dos personagens "carismáticos" e das animações  "cartunescas" exageradas, o que realmente fez o nome de Battletoads foi sua dificuldade. Como dito, o jogo tem um estilo de luta de rua, beat'em up, onde o jogador simplesmente enfia a mão e pé na cara de tudo o que se mover... E quando digo tudo, é tudo mesmo, o que inclui até seus parceiros de luta, porque o jogo garante a possibilidade de jogar em um modo que os golpes de seu aliado causam dano para seu coleguinha e vice-versa, deixando assim o jogo muito mais "divertido" de jogar se você considerar que deve haver uma estratégia para evitar acertar o infeliz no outro controle, ou deixar o jogo ainda mais irritante se estiver jogando com um troll que só quer fazer graça e te atrapalhar.

A fase maldita.

O jogo conta também com fases que exigem mais destreza ao invés de apelar para o button smash para fazer combos na "porradaria". Essas fases são em si as mais difíceis, pois contam com obstáculos ridículos a beira do insano da atenção quase ao ponto de premeditar o que está por vir pela sua frente para conseguir desviar. No caso da versão do NES, essa é a fase das motocas com os obstáculos que aparecem praticamente do nada e o jogador deve saltar em um reflexo tão rápido que só a sua sorte terá mais valor que a velocidade de seu dedo. Para o Super Nintendo essa é a fase dos espinhos, onde o jogador deve descer por um plataforma cretina que muda de velocidade enquanto desce entre espinhos que formam uma minúscula passagem onde basta encostar em um desses para você ter que retornar o início da fase.

Battletoads é em si um jogo bem difícil, frustrante e que te deixará doido de raiva por perder tanto tempo querendo fazer uma única coisa diversas vezes, mas é exatamente isso que torna gratificante quando consegue passar da parte que se dedicou tanto.

O jogo é quase uma experiência para testar sua paciência zen para alcançar o nirvana do velho buda, se você desconsiderar o monte de controles que destruíra no processo de tentar zerar essa *****.


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